terça-feira, 29 de setembro de 2009

ei-lo





Recebi o livro por correio em casa ontem. Comemoramos com comida japonesa e vinho italiano. E longas leituras à mesa e depois. Bom ler pedaços do livro pronto, demoradamente e ao acaso. Confesso que me emocionei. E também dei boas risadas. Tem lá o seu humor; me parece, aliás, bem engraçado, mas fico curioso para saber qual será a recepção geral do livro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

saindo da gráfica

Falei com a Azougue hoje. Gráfica prometeu entregar livro até a meia-noite. Daqui, do outro lado da Dutra, sinto cheiro de celulose e tinta de gráfica.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

novo livro, depois do corpo concreto

A mesa do II Ciclo de Literatura Contemporânea, no sábado, ao lado de Leila Guenther, no Memorial da América Latina, me fez pensar na boa perspectiva de publicar um livro de contos. Depois do Corpo a corpo com o concreto e depois do Paisagem desacordada, claro. Talvez depois, muito depois. Tenho algumas ideias.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

conto em antologia de temática urbana

Últimos retoques em um conto escrito especialmente para uma antologia de temática urbana. Aqui vão alguns trechos que não devem entrar no texto final.

trecho 1
O portão de entrada recebera decoração especial para a noite e, ainda que a ornamentação paisagística já fosse um dos pontos fortes do local, foram compradas para a ocasião duzentos exemplares vegetais, entre orquídeas, bromélias, tílias, helicôneas, gérberas, estrelitzias, lírios e copos de leite. Em vasos, havia ricas espécies nativas, palmáceas e samambaias de diversas qualidades, sortimento de cactáceos e suculentas, e até mesmo as violetas, os antúrios, as begônias e os crisântemos ganhavam status, tão nobremente acompanhados estavam. Havia pessoas contratadas para recepcionar os convidados assim que eles descessem de seus coches, que poderiam ser deixados, sem cobrança de taxa, à empresa terceirizada de motoristas que, a depender dos serviços prestados ali, teria chance de continuar oferecendo seus préstimos mais à frente. Esperavam-se convidados de diferentes gerações, e a música ao vivo daria lugar mais tarde ao set de um DJ especializado em samba rock, mas que talvez pudesse, pensava ele, acrescentar pitadas de electro e drum’n’bass ou funk (do clássico e do nacional), dependendo da receptividade da galera na pista.

trecho 2
O conjunto de prédios ficava na Vila Romana, bairro que nos últimos cinco, talvez oito anos, vivia uma verdadeira explosão de lançamentos imobiliários. Na Pompeia, haviam construído um shopping, perto de um centro de convivência e cultura dos associados do comércio, do estádio de um clube de futebol e muitas concessionárias de veículos e oficinas mecânicas. Era um bairro curioso, pensava Anita, parece um pouco uma periferia, cheio de pichações. Sua consciência artística, atenta a expressões de arte urbana e combativa, às intervenções e performances contemporâneas, desculpava o estado lastimável de algumas. Ela já fora a Nova York e em Nova York ela fora ao Brooklyn, ela sabia o que era uma grande metrópole. Não chegava a gostar, exatamente, de grafite e, não abria mão dos impressionistas — em favor de quê?, das vanguardas e dos duchamps de araque de hoje em dia? —, apesar de saber perfeitamente, um tanto contrariada, que eles haviam saído de moda.

O autor

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São Paulo, SP, Brazil
Escritor e doutor em Letras pela USP. Livros: "O fluxo silencioso das máquinas" (Ateliê Editorial, 2002), "Sobrevivente André du Rap "(Labortexto Editorial, 2002, em parceria com José André de Araújo) e "Corpo a corpo com o concreto" (Azougue Editorial, 2009).