As fotos foram feitas por um telefone celular. Estão com resolução baixa, mas são bem simpáticas. Meu livro exposto na livraria do Espaço Unibando da Augusta. Fui lá conferir, antes de pegar um filme, o espetacular "Ervas Daninhas", do Resnais. As fotos são da Débora Aoni.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
à venda na livraria do Espaço Unibanco
As fotos foram feitas por um telefone celular. Estão com resolução baixa, mas são bem simpáticas. Meu livro exposto na livraria do Espaço Unibando da Augusta. Fui lá conferir, antes de pegar um filme, o espetacular "Ervas Daninhas", do Resnais. As fotos são da Débora Aoni.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
resenha Guia da Folha (Livros, Discos, Filmes) 30/10
por Reynaldo Damázio
A cidade é descrita pelo narrador deste primeiro romance do escritor e jornalista Bruno Zeni como "bela e podre". Essa contradição percorre todo o livro e se reflete na própria dicotomia de focos narrativos, entre o jovem Roma -que tem a mesma profissão do autor- e o morador de rua Amaro. Lados da mesma moeda, irmanados para além do anagrama dos nomes, ambos carregam sua amargura por ruas que se tornaram avessas ao convívio humano, numa metrópole marcada pelo acúmulo desordenado de veículos e pela especulação imobiliária predatória.
Encontrar alguma beleza na cidade degradada pode parecer uma opção idealista, resvalando às vezes para uma leitura romântica da periferia, como na figura do personagem Kleber, mas que logo se depara com a realidade brutal de solidão e de abandono, da falta de perspectivas e da monotonia do cotidiano.
Roma se sente como um estrangeiro no labirinto de avenidas que tenta decifrar, mas acaba devorado por um trauma pessoal que o coloca à beira do abismo. O peso do concreto petrifica, aos poucos, qualquer esperança de redenção. Resta o delírio de um gesto coletivo extremo, anárquico, que mergulharia a cidade no pesadelo de suas próprias contradições.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Matéria do Vírgula
Autorretrato com cerca elétrica e prédio em construção
Resenha na "Ilustrada", da Folha, em 17/10
Roma em Pompeia
Romance de estreia de Bruno Zeni projeta narrativas paralelas sobre ruínas da cidade moderna |
MANUEL DA COSTA PINTO
COLUNISTA DA FOLHA
PRIMEIRO ROMANCE de Bruno Zeni, "Corpo a Corpo com o Concreto", dá fôlego narrativo a um projeto literário iniciado com "O Fluxo Silencioso das Máquinas" -livro fragmentário, composto por cenas descontínuas da solidão urbana, vazadas numa escrita próxima ao poema em prosa.
A expressão "projeto literário" se aplica não apenas pelo fato de o livro ter sido escrito com apoio do Programa Petrobras Cultural mas sobretudo porque "Corpo a Corpo com o Concreto" é uma imagem em negativo do projeto mais amplo da cidade moderna, do espaço de convívio que uma cidade como São Paulo reiteradamente nega.
Romário Ribeiro, o Roma, é um jornalista de 25 anos que remói impasses amorosos e zanza pela cidade destilando pensamentos anotados num "bloco de apontamentos criminosos". Paralelamente, em capítulos intercalados, há outra voz narrativa, de um morador de rua que se define como um "Eu cão-imundo", como "Eu não-homem", fluxo silencioso de quem encontrou "a vida em paz no intervalo", para além das máquinas de triturar experiências.
Os dois enredos desenham uma cartografia de utopias e ruínas. Roma mora na Pompeia, região paulistana contígua ao "bairro boêmio e esclarecido" da Vila Madalena, mas trabalha na opulenta Vila Olímpia, cujos edifícios pós-modernos descreve como "palafitas de tecnologia avançada".
Todo o romance é atravessado por uma idealização da vida suburbana, pela nostalgia de uma sociabilidade perdida, mas que sobrevive em "planos de revolução conspirada entre sinucas e escadarias e pichações de Pinheiros". Até os nomes das personagens -Sheila (entregadora de prospectos imobiliários no farol), Joseane (DJ tatuada que "namora umas minas também") e Suellen (amor do protagonista com alcunha de futebolista)- indicam esse sonho bem brasileiro de uma modernidade torta, provinciana e acolhedora.
Consciente da impotência dos arroubos melodramáticos de seu narrador, Zeni compõe na outra narrativa, do mendigo Amaro abraçado a seu rancor, uma nada acolhedora antiutopia de retorno ao "útero negro e longo da noite". O estranhamento provocado desde o início pelo áspero existencialismo do morador de rua indica o desfecho traumático, no qual as ingênuas invectivas de Roma contra o mundo administrado se fundem com a autocombustão de Amaro -culminando no plano delirante de uma conflagração que restaure "o peso e a presença dos que não têm nada".
É como se, para o autor desse livro cuja escrita delicada guarda significados ocultos (como no pseudoanagrama que irmana os protagonistas), fosse necessário carbonizar Roma para reconstruir Pompeia.
CORPO A CORPO COM O CONCRETO
Autor: Bruno Zeni
Editora: Azougue
Quanto: R$ 38 (136 págs.)
Avaliação: bom
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
o lançamento
Foi na terça, 27 de outubro de 2009. O Santa Madalena ficou bem cheio, com clima de muita felicidade. Meu pai veio de Curitiba especialmente para o evento. Sentou debaixo do retrato de um parente e ao lado do meu sogro, o Nuncio. Silvia ficou ao meu lado, mas achou tempo e lugar para conversar com mais gente. Amigos que não via há muito tempo, como a Juliana. Outros que não via há pouco e muito queridos, como a Gabriella, a Fernanda e o Danilo. Também alguns colegas "intramuros", como disse o Guedes. Amigos de tranca, retruquei. Mestres das letras e das línguas e alunas de Campinas me prestigiaram. Obrigado a Sérgio e Lúcia, do Santa, e a todos que foram. Algumas fotos vão aqui, para dar ideia da tertúlia. Autografei bastante. E a venda de livros girou em torno de 60 exemplares. Até o Andrés autografou.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
dia e local de lançamento
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
em breve
terça-feira, 29 de setembro de 2009
ei-lo

Recebi o livro por correio em casa ontem. Comemoramos com comida japonesa e vinho italiano. E longas leituras à mesa e depois. Bom ler pedaços do livro pronto, demoradamente e ao acaso. Confesso que me emocionei. E também dei boas risadas. Tem lá o seu humor; me parece, aliás, bem engraçado, mas fico curioso para saber qual será a recepção geral do livro.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
saindo da gráfica
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
novo livro, depois do corpo concreto
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
conto em antologia de temática urbana
trecho 1
O portão de entrada recebera decoração especial para a noite e, ainda que a ornamentação paisagística já fosse um dos pontos fortes do local, foram compradas para a ocasião duzentos exemplares vegetais, entre orquídeas, bromélias, tílias, helicôneas, gérberas, estrelitzias, lírios e copos de leite. Em vasos, havia ricas espécies nativas, palmáceas e samambaias de diversas qualidades, sortimento de cactáceos e suculentas, e até mesmo as violetas, os antúrios, as begônias e os crisântemos ganhavam status, tão nobremente acompanhados estavam. Havia pessoas contratadas para recepcionar os convidados assim que eles descessem de seus coches, que poderiam ser deixados, sem cobrança de taxa, à empresa terceirizada de motoristas que, a depender dos serviços prestados ali, teria chance de continuar oferecendo seus préstimos mais à frente. Esperavam-se convidados de diferentes gerações, e a música ao vivo daria lugar mais tarde ao set de um DJ especializado em samba rock, mas que talvez pudesse, pensava ele, acrescentar pitadas de electro e drum’n’bass ou funk (do clássico e do nacional), dependendo da receptividade da galera na pista.
trecho 2
O conjunto de prédios ficava na Vila Romana, bairro que nos últimos cinco, talvez oito anos, vivia uma verdadeira explosão de lançamentos imobiliários. Na Pompeia, haviam construído um shopping, perto de um centro de convivência e cultura dos associados do comércio, do estádio de um clube de futebol e muitas concessionárias de veículos e oficinas mecânicas. Era um bairro curioso, pensava Anita, parece um pouco uma periferia, cheio de pichações. Sua consciência artística, atenta a expressões de arte urbana e combativa, às intervenções e performances contemporâneas, desculpava o estado lastimável de algumas. Ela já fora a Nova York e em Nova York ela fora ao Brooklyn, ela sabia o que era uma grande metrópole. Não chegava a gostar, exatamente, de grafite e, não abria mão dos impressionistas — em favor de quê?, das vanguardas e dos duchamps de araque de hoje em dia? —, apesar de saber perfeitamente, um tanto contrariada, que eles haviam saído de moda.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
quarta-feira, 25 de março de 2009
indo pro forno
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
algo que não tem nome ainda
Depois de algumas leituras muito inspiradoras. Machado e Guilherme Wisnik.
Até nomes de personagem, ainda provisórios, mas algo animadores. Escolher as profissões.
Max e Normando são amigos de juventude e clube. Max é o principal, mas ambos, não apenas ele, ainda que sobretudo ele, orientam-se pela preocupação empenhada com a cidade e suas vidas privadas, em sintonia com a esfera coletiva. Personagens inteiros. Mas a vida leva e os arrasta para algo um tanto mais escuro que isso, ou talvez, algo mais escuro que já estivesse dentro do compromisso com a urbe.
O autor
- Bruno Zeni
- São Paulo, SP, Brazil
- Escritor e doutor em Letras pela USP. Livros: "O fluxo silencioso das máquinas" (Ateliê Editorial, 2002), "Sobrevivente André du Rap "(Labortexto Editorial, 2002, em parceria com José André de Araújo) e "Corpo a corpo com o concreto" (Azougue Editorial, 2009).